In this unpublished Latin fragment (which dates from May 1702) G. W. Leibniz criticizes the Cartesian conception of body and force and develops his own notion of matter, extension and his theory of forces. He argues against Descartes and Cartesians that 1) the essence of corporal bodies cannot be reduced to extension alone but the latter arise from the primitive force itself, 2) consequently Cartesian quantity of motion falls short to account the motive force of a moving body since the (...) true nature of physical bodies which can only be understood through a careful analysis of dynamical forces. -/- Mayıs 1702’de kaleme aldığı ve ölümünden sonra yayımlanan bu Latince fragmanda G. W. Leibniz, Kartezyen felsefenin cisim ve kuvvet anlayışını eleştirir ve kendi madde, uzam ve kuvvetler teorisini geliştirir. Leibniz, Descartes ve Kartezyenlere karşı 1) cisimlerin özünün yalnızca uzama indirgenemeyeceğini, bunun ilksel kuvvetin kendisinden kaynaklandığını, 2) sonuç olarak da Kartezyen hareket miktarının hareket eden bir cismin kuvvetini açıklamakta yetersiz kaldığını, çünkü fiziksel cisimlerin gerçek doğasının ancak dinamik kuvvetlerin dikkatli bir analiziyle anlaşılabileceğini ileri sürer. (shrink)

SOCIOLOGIA DO TRABALHO: O CONCEITO DO TRABALHO DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XVI -/- SOCIOLOGY OF WORK: THE CONCEPT OF WORK OF ANTIQUITY FROM TO THE XVI CENTURY -/- RESUMO -/- Ao longo da história da humanidade, o trabalho figurou-se em distintas posições na sociedade. Na Grécia antiga era um assunto pouco, ou quase nada, discutido entre os cidadãos. Pensadores renomados de tal época, como Platão e Aristóteles, deixaram a discussão do trabalho para um último plano. Após várias transformações sociais entre (...) diferentes eras e povos, o trabalho foi ganhando espaço nos debates entre os povos, como os caldeus, hebreus e romanos. O trabalho conferiu-se no escopo da discussão social. Na Idade Média, com Agostinho, Santo Aquino e outros o labor foi concebido como algo benéfico e divino. O que se via como algo “escravo” ao povo, transformou-se em necessidade e benevolência divina. -/- Palavras-chave: Conceito; Trabalho; História; Definição. -/- ABSTRACT -/- Throughout the history of mankind, work has figured itself in different positions in society. In ancient Greece it was a little matter, or almost nothing, discussed among the citizens. Renowned thinkers of such a time, like Plato and Aristotle, left the discussion of the work for a last plan. After several social transformations between different eras and peoples, work was gaining space in the debates among peoples, such as the Chaldeans, Hebrews and Romans. The work has taken place within the scope of social discussion. In the Middle Ages, with Augustine, Saint Aquinas and others the work was conceived as something beneficial and divine. What was seen as something “slave” to the people, became need and divine benevolence. -/- Keywords: Concept; Work; History; Definition. -/- BASES TEMÁTICAS DESSE TRABALHO -/- ➢ O trabalho é um conceito construído socialmente; -/- ➢ A modernidade trouxe consigo mudanças significativas quanto à valorização do trabalho; -/- ➢ A origem dos mercados de trabalho, juntamente com o surgimento do capitalismo, minimizou o trabalho como um mero emprego assalariado; -/- ➢ O trabalho, no entanto, apresenta múltiplas manifestações nas nossas sociedades. -/- 1. A VISÃO GREGA DE TRABALHO -/- Comecemos pelos gregos, uma civilização excitante que, durante muitos séculos antes de Cristo, já começava a elaborar riquíssimas reflexões sobre vários aspectos da vida humana. No entanto, surpreende aqueles de nós que já ler os primeiros filósofos gregos, como entre tantas análises rigorosas e “diálogos”, um elemento tão central na vida social dos povos, como o trabalho havia tido escassa repercussão. A explicação só faz sentido, justamente, ao analisar a valorização que esses grandes pensadores tinham acerca do nosso objeto de estudo que é o trabalho. Embora, como supracitado, os gregos não tivessem uma visão unânime sobre o trabalho, não é menos certo assinalar que para esta civilização o trabalho foi considerado um fato altamente desvalorizado. O trabalho, para eles, dado a sua vinculação com a dimensão de constrangimento e necessidades, limitava a liberdade dos indivíduos, condição indispensável para integrar o mundo da “pólis” na qualidade de cidadão. O homem livre realizava atividades absolutamente desinteressadas: a atividade intelectual (que não era considerada trabalho) fazia parte do ócio e da contemplação. O trabalho, reservado apenas aos escravos, como bem sinala Hopenhayn (1955), significava uma mera função produtiva. Portanto, o escravo passou a ser unicamente uma força de trabalho. Como tal, ele não tem personalidade e pertence ao seu mestre, como uma coisa entre muitas. Como objeto de propriedade, escapa ao pensamento antropológico que domina a filosofia sofista e socrática, porque para o cidadão grego falar de escravo não implica um sujeito pensante, senão uma coisa ou, no máximo, a força. Também escapa ao pensamento platônico, porque, como uma coisa, parece totalmente desvalorizado na construção idealista-dualista da realidade (HOPENHAYN, 1988. p. 23 – Tradução própria). -/- Três termos fundamentais que devemos recordar da tradição grega: -/- 1 – Ponos: penalidade, fadiga; -/- 2 – Banausia: trabalho mecânico, e -/- 3 – Ergon: realização. -/- Vejamos como essa noção de trabalho é construída como algo servil (ponos), ao qual uma visão positiva de lazer e contemplação foram contrastadas como uma atividade puramente humana e libertadora. As raízes do supracitado são encontradas no valor eticamente supremo da autarquia socrática. Segundo essa noção alcunhada por Sócrates (469-399 a.C.), todo aquele que trabalha está submetido tanto à matéria como aos homens para quem trabalha. Nessa medida, sua vida carece de autonomia e, portanto, de valor moral. Naturalmente, não só os escravos, mas também qualquer trabalhador dedicado a todos os tipos de tarefas manuais, foram desprezados por um pensamento helênico indubitavelmente aristocrático. Para Platão (427-347 a.C.), de origem aristocrática, descendente do último rei de Atenas e discípulo de Sócrates, a autarquia continua a ser perpetrada como um valor ético supremo e, em consonância com os interesses da aristocracia fundiária, afirmava que somente a agricultura evocava autêntica autonomia. Dessa forma, o pensamento platônico restringiu a participação política a escravos, comerciantes e artesãos. Todos eles têm em comum a dependência das condições materiais em que produzem e trocam mercadorias. O plano político estará intimamente relacionado ao econômico-trabalhista: somente quem é capaz de governar a si mesmo (e como sabemos, acontece com aqueles que não trabalham ou possuem terras), pode governar os outros. Somente a liberação total da prática mundana do trabalho abre as possibilidades de dedicar-se, como fez Platão, à contemplação (σχολή), à filosofia e às ciências, e por meio disso saber distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o verdadeiro do falso. Quem poderia dedicar-se a tais “tarefas nobres”? Evidentemente, aqueles que não precisam fazer parte da população trabalhadora, isto é, a aristocracia. Esse sistema de governo aristocrático foi defendido, obviamente, por Platão. Em sua “A República” sinala que o governo perfeito é o aristocrático, e que a este se sucedem a timocracia (governo dos guerreiros), a oligarquia (dos ricos) e a democracia (“governo daqueles que amam o prazer, a mudança e a liberdade), que perece por seus excessos nas mãos de alguns homem audaz que se coloca à frente do povo para defender a democracia e “do tronco desses protetores do povo nasce o tirano”, dando origem à tirania.(2) Em seu diálogo “Político” podemos ler: Aqueles que possuem a si mesmos através da compra, e aqueles que podem ser chamados sem nenhuma discussão de escravos, não participam da arte real [...] E todos aqueles que são livres, se dedicam espontaneamente a atividades servis como as supracitadas, transportando e trocando produtos da agricultura e de outras artes; que nos mercados, indo de cidade em cidade por mar e terra, trocando dinheiro por outras coisas ou por dinheiro, o que chamamos de banqueiros, comerciantes, marinheiros e revendedores, poderão, por acaso, reivindicar para eles algo da ciência política? [...], mas também aqueles que estão dispostos a prestar serviços a todos por salários ou por subsídios, nunca os encontramos participantes na arte de governar [...] Como os chamaremos? Como você acabou de dizer agora: servidores, mas não governantes dos estados (PLATÃO, 1983. pp. 237-8 – adaptado). Esse estado ideal que Platão projetou em seus ensinamentos estava longe, a propósito, da democracia ateniense defendida por Péricles. De certa forma, Platão só confiava em uma elite no poder constituída por uns poucos (oligarquia) que não deveriam se render às tarefas servis da produção e circulação das riquezas. Para ele, as crianças aristocráticas deveriam ser selecionadas desde a infância, recebendo uma educação suficiente tanto em filosofia quanto nas “artes da guerra”. Aos trinta anos, eles já seriam capazes de passar por um exame donde seriam selecionados os “filósofos-reis” encarregados do governo. De fato, no entanto, suas concepções de governo nunca poderiam ser executadas com pureza; ou pela chamada “contrarrevolução aristocrática”, ou pela invasão estrangeira subsequente. Essa visão do trabalho que estamos a analisar, como bem sinala Henri Arvon (1914- 1992), conduz a uma sociedade basicamente conservadora e estancada no produtivo. (3) A ideia de liberdade, ócio e contemplação como valores superiores, propõe um desprezo pelo trabalho que, como vimos, é uma atividade puramente transformadora. Há aqueles que, mediante tal contestação, arriscam fundamentar que grande parte do subdesenvolvimento tecnológico na Grécia derive justamente a essa cultura tão peculiar em relação ao trabalho. Caso contrário, se houvesse escravos, por que avançar em conhecimentos que facilitaram o trabalho? Não nos surpreende, nesse sentido, que uma civilização capaz de criar conhecimentos espetaculares em áreas particularmente complexas como a geometria (Euclides), por outro lado, não soubesse (ou não gostaria) de avançar em conhecimentos técnicos aplicáveis ao campo econômico-trabalhista. Já vimos como a cidadania era o escopo da de alguns aristocratas da civilização helênica. Hannah Arendt (1906-1975) sinalava que os gregos distinguiam entre os escravos, os inimigos vencidos (dmôes ou douloi) que estavam encarregados do trabalho doméstico, e os demiourgoi, homens livres para se deslocarem do domínio privado para o público. Somente depois do século V, sinala Arendt, a pólis começou a classificar as ocupações de acordo com os esforços que eles exigiam. Nisso, Aristóteles (384-322 a.C.) teve que desempenhar um papel preponderante que colocou aqueles cujo “corpo está mais deformado” na faixa mais baixa. Ele não admitiria, portanto, aos estrangeiros (os escravos), nem tampouco aos banausoi, antes dos demiourgoi, trabalhadores e artesãos que deviam resignar-se ao mundo dos “oikos”. Estes, não só estavam submetidos à necessidade como eram incapazes de ser livres, mas também incapazes de governar a parte “animal” do seu ser (República, 590). Serão eles, não obstante, aqueles que permitem o florescimento da chamada democracia helênica, pois, quem senão os trabalhadores (escravos ou artesãos) poderia manter com seu esforço o ócio e a contemplação dos “homens livres”, cidadãos do mundo? Como foi supracitado, será Aristóteles quem delimitará ainda mais os direitos de cidadania. Sua cidade ideal, como em Platão, diferenciaria os governantes dos governados. O primeiro, constituído pela classe militar, estadistas, magistrados e sacerdócio. O segundo, pelos agricultores, artesãos e os camponeses. Com os comerciantes há uma certa ambivalência: embora ele considerava uma ocupação antinatural, estava disposto a admiti-los até certo ponto em sua cidade ideal, cuja base seguiria sendo a escravidão. Em sua Política, ele explana: A cidade mais perfeita não fará do trabalhador manual (artesão) um cidadão. Caso o admitir como tal, a definição de virtude cívica [...] não alcança todos os cidadãos, nem apenas os homens livres, mas só os que estão isentos de trabalhos indispensáveis à sobrevivência. Destes, os que estão a serviço de um só indivíduo, são escravos; os que servem a comunidade, são trabalhadores manuais (artesãos) ou trabalhadores não qualificados (ARISTÓTELES, 1998. p. 203). Tampouco compreenderá os agricultores como reivindicava Platão: “Tampouco deverão ser agricultores os futuros cidadãos, pois para a formação de sua virtude e para a atividade política, o ócio é necessário”. Essa prolifera discussão ocorreu em uma civilização onde começaram a surgir as primeiras mudanças produtivas derivadas do crescimento econômico feito do descobrimento do ferro, e sua posterior divisão do trabalho, onde florescem os grupos de comerciantes e a aristocracia proprietária de terras começa a dominar. Os pensadores da época, mais aliados a estes últimos, contrariavam os princípios da acumulação comercial. Em sua Política, Aristóteles aconselha os cidadãos a absterem-se de qualquer profissão mecânica e de toda especulação mercantil. O primeiro, porque limita intelectualmente, e o segundo, porque degrada o ético. Somente o ócio (scholé), para esses pensadores, permite a virtuosidade e a capacidade de julgar. A Koinonia politiké (comunidade dos homens livres) era típica daqueles que não precisavam de trabalho, relegando a população trabalhadora ao mero âmbito da reprodução material (chrematistiké), o que só era possível em um contexto de alta divisão do trabalho onde um grupo minoritário (oligarquia) vivia à custa do trabalho da maioria (muitos deles escravos). O termo “ócio” provém de “scholé”, entendido entre os gregos como tempo para si mesmo, para a contemplação (sjolé) e, portanto, para a formação (scholé = escola). Desse ponto de vista, o ócio para os gregos é um fim em si mesmo. Entre os romanos, no entanto, adquire outra conotação. Em latim octium, designa o campo contraposto ao neo-octium (negócio), ou seja, é o tempo de descanso que permite dedicar-se ao negócio. Tal visão sobre o trabalho e o ócio, respectivamente, não foi, no entanto, como supracitado no início, unanimemente desenvolvida em toda a história da civilização helênica. Os textos de Homero(4) (séculos IX e VIII a.C.) são mais reservados a respeito, mas acima de tudo, na Grécia antiga encontramos autores como Hesíodo (século VIII), que postulavam outras teses. Para o autor de “Os trabalhos e os dias”, o trabalho se constituía em um justo e necessário castigo que Zeus impôs aos homens pelo pecado de Prometeu. Note a similitude com a crença bíblica que veremos adiante. Hesíodo explana: Lembre-se sempre do meu conselho e trabalhe [...] os deuses e os homens se indignam com quem ocioso vive, semelhante em caráter aos zangões sem ferrão, que consomem o esforço das abelhas [...] O trabalho não é nenhuma desonra; desonra é não trabalhar (HESÍODO, 2012. p. 93 e 95). Também entre alguns sofistas (aqueles que vendiam sua sabedoria a quem gostaria de comprá-la), como Protágoras (século V a.C.), “o primeiro e o maior deles”(5), coloca o estudo e a arte (técnica) na mesma faixa, e Antifonte (século V a.C.) disse: “[...] e as honras e preços, e toda a espécie de encorajamento que Deus incumbiu aos homens, devem necessariamente resultar de fadiga e suor”. Como conviveu a cultura grega com essas noções tão diferentes? Tenho a ideia, juntamente com Hopenhayn, que o desprezo dos pensadores gregos pelo manual foi causado pela violência dos guerreiros e dos aristocratas de plantão, que impuseram aos seja derrotados o jugo. Do trabalho árduo e difícil. Porque a aristocracia queria trabalhar nessas condições? A própria divisão do trabalho em si possibilitou o crescimento da civilização helênica, estava gerando diferentes classes com visões distintas sobre o trabalho. Por outro lado, surgiram os camponeses pobres, os derrotados e aqueles que tinham que viver do trabalho artesanal. Essas pessoas, na maioria das vezes isoladas do mundo da “polis”, gerariam suas próprias leituras dos acontecimentos, seus próprios espaços para o desenvolvimento cultural, inclusive sua própria religião, distante daquela imposta pela visão aristocrática, olímpica, contemplativa e estética dos “homens livres”. -/- 2. A VISÃO DOS CALDEUS ACERCA DO TRABALHO -/- A leitura de outros povos e civilizações sobre este tema tem sido diferente. Entre os caldeus, por exemplo, a visão pejorativa analisada entre os gregos não é registrada. Nas escrituras sagradas da religião de Zaratustra (o Avesta), lemos: “É um santo aquele que constrói uma casa, na qual mantém o fogo, o gado, sua mulher, seus filhos, os bons párias. Aquele que faz a terra produzir trigo, que cultiva os frutos do campo, cultiva corretamente a pureza” (HOPENHAYN, 1988. p. 35). Para os caldeus, como se pode observar, o trabalho implica, de uma posição diametralmente oposta à helênica, uma contribuição na ordem econômica, mas também na espiritual. Trabalhar não é só “cultivar o trigo” (dimensão das necessidades fisiológicas), mas também “cultivar a pureza”, dimensão esta, relacionada com a satisfação das necessidades espirituais. Por que apreciamos uma diferença tão acentuada entre essas culturas? Provavelmente, os diferentes graus de desenvolvimento dos povos levaram a isso. Enquanto entre os gregos primava uma divisão do trabalho, onde alguns tinham o status de “homens livres” dedicados à contemplação e ao ócio, outros não tinham escolha a não ser trabalhar, em uma situação de domínio em relação às naturezas daqueles que o empregaram. Esse não foi o caso dos caldeus, que possuía um escasso dividido trabalho, em que a todos se correspondia uma atividade laboriosa. -/- 3. A VISÃO DOS HEBREUS SOBRE O TRABALHO -/- No meio do caminho entre os caldeus e os gregos, encontramos a avaliação do trabalho feita pelos hebreus, dessa vez, tingindo de ambivalências. Tal como ponderava Hesíodo entre os gregos, para os hebreus, o trabalho se constituía de um mal necessário; em um meio para expiar os pecados; dessa vez não de Prometeu, mas de Adão e Eva. Vamos ver, no entanto, alguns aspectos mais complexos. A primeira coisa a se notar da perspectiva hebraica (compartilhada com o cristianismo) é o que se resulta da leitura do livro de Gênesis, aquela história poética e cheia de imagens para elucidar facilmente a origem da criação. Lá se estabelece a ideia de um deus criador-trabalhador: “No princípio Deus criou o céu e a terra [...] No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou [...] de toda a obra que realizara na criação”.(7) Esse Deus como primeira causa (São Tomás de Aquino (1225-1274)) denota laboriosidade seu correspondente descanso, um binômio que será fundamental para compreender a evolução do direito do trabalho e do direito ao descanso semanal contemporâneo. Digamos, em segundo lugar, que o Senhor Deus providenciou o trabalho no Éden: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo”.(8) Portanto, não é certa a ideia de que o trabalho é o resultado do pecado: ao contrário, é um trabalho árduo aquele que deriva do pecado segundo a tradição hebraico-cristã. Antes, na ausência do pecado, havia uma espécie de bom trabalho. Foi o pecado original, que levou Deus a condenar Adão e Eva, e por isso a toda a humanidade, a “ganhar o pão com o suor da sua testa”. “Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado”. (9) O Talmude diz: “Se o homem não encontra seu alimento como animais e pássaros, precisa ganhá-los, isso se deve ao pecado”. Essa sentença, de caráter histórico, promove a ideia de trabalho como meio para expiar o pecado original, mas também como meio para produzir; isto é, legitimando a mudança inerente a todo trabalho e, portanto, legitimando também aquela vontade transformadora que caracterizou desde sempre os povos hebreus.(10) Agora, ao contrário dos caldeus, para os hebreus da antiguidade, o trabalho nunca teve um fim ético em si mesmo, mas foi constituído apenas como um meio. Essa visão esteve sempre presente, e caracteriza muito claramente a concepção que muitos integrantes de nossas sociedades contemporâneas possuem sobre o trabalho, além da religião de cada um. -/- 4. OS ROMANOS E O TRABALHO -/- Os romanos, por sua vez, deram uma importante contribuição para o desenvolvimento do conceito de trabalho. Se bem que, a grosso modo, não houvesse grandes diferenças com o pensamento dos gregos, com quem eles tinham em comum, além disso, uma maior divisão do trabalho fruto do desenvolvimento econômico e o uso massivo de mão de obra escrava(11); a maior contribuição do ponto de vista de sua originalidade histórica estava presente na tradição jurídica que inauguraria o Império Romano. O maior impacto por meios jurídicos e não filosóficos é explicado pelo fato de que os romanos, ao contrário dos gregos, não conseguiram “inspirar” a produção de grandes pensadores sociais. Com efeito, para os romanos, como o escravo não era considerado uma pessoa, o viam-no desprovido de personalidade jurídica. Isso conduziu a negação da relação de trabalho entre a pessoa encarregada de um trabalho manual (escravo) e seu dono. Tal relação correspondia, acima de tudo, ao direito de propriedade que os juristas romanos haviam garantido quase sem limites para seus cidadãos. O problema, como aponta Hopenhayn, surgiu quando o proprietário não ocupa seu escravo, mas aluga-o para terceiros. Surge assim a figura do arrendamento de serviços, que deriva do arrendamento das coisas. Porém, como na realidade o que se alugava era a força de trabalho, a qualidade jurídica desloca-se para a atividade realizada pelo escravo. Dessa forma, a atividade do trabalhador, primeiro do escravo, posteriormente do homem livre, começa a ser tratada como uma coisa, e se converte em antecedente do arrendamento de serviços do Direito Civil moderno. Ademais, na tradição romana, o trabalho manual estava desprestigiado. Cícero (106-43 a.C.) em De Officiis, estabeleceu com fria claridade “ipsa merces est auctoramentum servitius”(12) (todo trabalho assalariado é trabalho escravo). A vida era difícil para esses trabalhadores: nos territórios sob domínio romano, Augusto (63-14 a.C.) tinha imposto um tributo à todos os homens que exerciam algum tipo de trabalho manual, além do imposto à residência, às valas e outros mais particulares como o imposto para a detenção de porcos. Certamente, aqueles que levaram a pior parte no tempo da Roma Imperial foram os escravos (servi) sob domínio e propriedade de seus donos (domini). Me seus tempos de auge, a demanda de escravos em Roma era de 500.000 ao ano. Se compararmos com os 60.000 escravos negros trazidos a América nos anos de maior tráfico, teremos uma ideia mais ou menos exata da magnitude desse triste fenômeno. -/- 5. O CRISTIANISMO E O TRABALHO -/- As mensagens do cristianismo primitivo, são inseridas logo, nesse tempo histórico, onde Roma se tornava o centro das maiores mobilizações de rebeldia da antiguidade. Isaías, nesse sentido, proclamaria que o Messias viria: “[...] a pregar boas novas aos abatidos, a vendar aos quebrantados de coração, a publicar liberdade aos cativos, e aos presos a abertura do cárcere”.(13) Jesus, efetivamente, incluiu em sua missão, mensagens de libertação aos pobres e oprimidos. Porém, ao contrário do supracitado, como bem sinala Eric Roll (1907-2005), dos antigos profetas hebreus, não o faria saudando as comunidades tribais com seu espírito de grupo; mas animado por uma mensagem mais universal e permanente, proclamando uma mudança mais completa e integral na conduta do homem em sociedade, onde os valores de justiça e amor se colocariam em um primeiro plano. Evidentemente, a mensagem do cristianismo primitivo, e mais concretamente de Cristo, distava muito dos filósofos gregos. Deixemos que Roll explique: Temos visto que as doutrinas econômicas de Platão e, em certa medida, de Aristóteles, nasciam da aversão aristocrática ao desenvolvimento do comercialismo e da democracia. Seus ataques contra os males que acarreta o afã de acumular as riquezas são reacionárias: olham para trás, e o de Cristo olha para frente, pois exige uma mudança total, mas relações humanas. Aqueles sonhavam com um estado ideal destinado a proporcionar a “boa vida” para os cidadãos livres unicamente e cujas fronteiras eram as da cidade-estado daquele tempo; Cristo pretendeu falar por todos e para todos os homens. Platão e Aristóteles haviam justificado a escravidão; os ensinamentos de Cristo sobre a fraternidade entre todos os homens e o amor universal eram incompatíveis com a ideia da escravidão, apesar das opiniões expostas depois por São Tomás de Aquino. Os filósofos gregos, interessados somente pelos cidadãos, sustentaram opiniões muito rígidas sobre a diferente dignidade das classes de trabalho, e consideravam as ocupações servis, com exceção da agricultura, como próprias apenas para os escravos. Cristo, ao dirigir-se aos trabalhadores de seu tempo, proclamou pela primeira vez a dignidade de todas as classes de trabalho, assim materiais como espirituais (1942. p. 42 – Tradução própria). Não pode escapar desse estudo, o fato de que o próprio Jesus Cristo herdou o ofício de carpinteiro de seu “Pai” José; e que escolheu seus discípulos entre os pescadores e artesãos da região. Essa visão primitiva do cristianismo, no entanto, deve ser analisada no quadro das escrituras sagradas do Antigo Testamento que compartilha com a cultura (e obviamente a religião) hebraica. Nesse sentido, o trabalho não deixa de ser um meio, descartando-se como um fim em si mesmo. Mas, agora atribuindo-lhe um novo valor, sempre em tento um meio para um fim virtuoso: o trabalho será fundamental para permitir a satisfação das necessidades de cada um, mas também seus frutos, deverão ser inseridos em uma dimensão comunitária, onde o “próximo” necessitado esperará a contribuição fraterna e solidária do cristão. O trabalho, nessa perspectiva, não só possibilita o “tomar”, mas também o “dar”. Em relação a dupla perspectiva, é onde podemos entender a crítica do cristianismo a acumulação da riqueza. Como aponta o evangelista Mateus, “acumular o tesouro no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não perfuram nem roubam. Onde está o seu tesouro está seu coração”. (14) Com São Paulo se incorpora um novo componente valioso: a obrigatoriedade moral do trabalho. Em sua carta aos Tessalonicenses dita claramente “ao que não trabalha que não coma”. Diz São Paulo: Vocês sabem em que forma têm que nos imitar: nós trabalhamos enquanto estivemos entre vocês, não pedimos a ninguém um pão que não teríamos ganhado, senão que, de noite e dia, trabalhamos duramente até nos cansarmos, para não ser carga para nenhum de vocês [...] Além disso, quando estávamos com vocês lhes demos está regra: se alguém não quiser trabalhar, não coma. Mas agora ouvimos que há entre vocês alguns que vivem sem nenhuma disciplina e não fazem nada, muito ocupados em meter-se em tudo. A estes lhes mandamos e lhes rogamos, por Cristo Jesus, nosso Senhor, que trabalhem tranquilos para ganhar a vida (II Tes. 3:10). Essa frase, entendida somente no contexto de uma sociedade donde não existia um conceito de desemprego tal como entendemos atualmente, é curiosamente reproduzida pelo modelo soviético em pleno século XX. Com efeito, a Constituição da União Soviética estabeleceu em seu Artigo 12: “O trabalho é, na Rússia, uma questão de dever e de honra para todo cidadão fisicamente capaz. Essa obrigação é baseada no princípio: “quem não trabalha não come”. (15)(16) Para São Paulo, o trabalho deve ser o meio para ganhar a vida. Ele quis ser exemplo e enquanto pregava continuava trabalhando, presumivelmente como tecelão de tendas. A obrigatoriedade moral se aplica na medida em que a pessoa está em condições de o fazer. Para os incapacitados a fazê-lo (idosos, crianças, deficientes, doentes, acidentados etc.) existia a obrigatoriedade do socorro segundo a máxima do amor (ágape) ao próximo. Essas sentenças morais têm hoje em dia uma importante quota de explicação para com as contemporâneas políticas sociais. -/- 6. O TRABALHO NA IDADE MÉDIA -/- A Idade Média, período que ocupa desde o crepúsculo do Império Romano do Ocidente no século V pelos bárbaros, até o século XV, com a queda de Constantinopla, evidentemente mostra um conjunto importante de escolas e pensadores que marcaram pautas importantes para discernir o valor do trabalho nas diferentes culturas. A organização econômica mais visível nestes mil anos, onde operou o trabalho, consistia em extensões grandes de latifúndios errados do Império Romano (o sistema econômico denominado feudalismo), onde (mediante a falta de escravos) recorreu-se à mão de obra camponesa para o trabalho. O sistema, implicava o arrendamento de parte dessas terras a ex-escravos ou homens livres, em troca de uma renda em dinheiro e espécies, além do cultivo das próprias terras senhoriais. Por certo, a figura do servo não distava muito da do escravo se tivermos em conta as condições de funcionamento do contrato de trabalho. O comércio também teve seu lugar no sistema feudal, o mesmo adquiriu grande importância em certas regiões ou lugares, à exemplo de Constantinopla. A atividade econômica seguia seu rumo na história, e depois dos séculos IX e X, o crescimento das forças produtivas deu lugar a uma maior acumulação por parte de componentes e artesãos e, por certo, a uma maior apropriação de excedentes por parte do Senhor feudal. Essa situação foi ativante para a construção dos primeiros Burgos ou cidades, onde o comércio e a indústria artesanal teriam um marco mais adequado para o seu desenvolvimento. Essa é a etapa do nascimento dos primeiros grêmios corporativos (17). Então para o século XII, a estrutura feudal começa a desmoronar porque a produção de determinados bens começa a ser mais eficiente em cidades e não no feudo. O dinheiro, então, passou a ganhar maior peso que a terra, o que obriga os senhores feudais a aumentar seus rendimentos. Isso leva a um empobrecimento lógico dos camponeses, o que não dura muito, porque na primeira metade do século XIV, a maior parte dos servos alcança sua liberdade. Por sua vez, nessa apertada síntese da história econômica da Idade Média, devemos assinalar que pelo século XIV, e depois das Cruzadas e o posterior desenvolvimento do comércio internacional entre os impérios arábico e bizantino, inaugura-se uma etapa pré-capitalista que durará três séculos. É lá que se levanta mais energética a voz de alguns homens da Igreja contra a tendência à exaltação da riqueza já começava a avivar-se na Europa. São Tomás de Aquino, nesse sentido, não considerará ao comércio pré-capitalista bom ou natural. No entanto, ele o julgava inevitável uma vez que era o meio ao qual o comerciante tinha que manter a sua família. Dessa forma, os lucros do comércio não era outra coisa senão o fruto do trabalho. Se tratava, então, de colocar o acento na justiça da mudança efetuada, para o qual Aquino recorre a Aristóteles, cuja análise sobre o valor de mudança é figurado no seu estudo da Justiça. Muitos padres da Igreja, desde então, pretenderam formular um conceito de “preço justo”. Nesse sentido, o Cristianismo apresenta uma evolução do seu pensamento sobre o comércio que partia de uma visão absolutamente contrária ao começo da Idade Média (Santo Agostinho (354-430), São Jerônimo (347-420) etc.), a outra mais transacionável, que acompanhou, sobretudo, o pensamento de Aquino. Algo similar ocorreu com outro dos “preceitos” da Igreja em matéria econômica: a usura. Esta era considerada pela igreja como a melhor forma de obter lucro. O mesmo evangelista Lucas (século I d.C.) foi categórico ao rejeitar essa linha de operações. A lei hebraica também fez isso, e podemos encontrar no livro do Êxodo (22,25) tal proibição a respeito. Mais atrás no tempo, há antecedentes de condenação à usura entre os hindus (Rigveda, cerca de 1500 a.C.) e budistas (século VI d.C.), além do Islã mais próximo do nosso tempo (século VI d.C.). Ao princípio da Idade Média, como testemunha Roll, a proibição somente alcançava a Igreja, já que o escasso desenvolvimento mercantil não merecia outra coisa. No final da Idade Média, no entanto, que a situação é outra; e a prática secular foi orientada no sentido de promover o empréstimo de dinheiro cobrando por isso um juro. Alarmada ante esses fatos, a Igreja condena mais uma vez a usura no Terceiro Concílio de Latrão de 1179. No mesmo escreveu e ensinou São Tomé (século I d.C.) e outros discípulos da Igreja. No entanto, as práticas econômicas foram minando a autoridade eclesial e está terminou, através de sucessivas etapas, por aceitar, em certas condições e sob certas circunstâncias, a cobrança de juros sobre a concessão de um empréstimo. Em tal sentido, um dos autores mais representativos só início da Idade Média foi Santo Agostinho. Foi este um dos pilares, em seu tempo, das noções “anticapitalistas” que foram seguidas e complementadas por homens do tamanho de São João (347-407), São Ambrósio (340-397), São Clemente (150-215), São Cipriano (200-258) entre outros. (18) Santo Agostinho valoriza o trabalho recordando em tal sentido a São Paulo, a que cita com muita frequência em seus textos. Segundo o Bispo de Hipona, todo trabalho manual é bom pelas razões dadas pelo cristianismo primitivo. Concilia, além disso, seu dualismo platônico, ao sustentar que enquanto o homem trabalha tem a alma livre, de modo que é perfeitamente compatível pensar em Deus ao mesmo tempo em que se trabalha. Essa particular sintonia entre o trabalho e a oração foi perfeitamente posta a prova pelos monges beneditinos, cujo lema “Ora Et Labora” (orar e trabalhar) é paradigmático. “Trabalha e não desesperes” dizia seu fundador, São Bento de Núrsia (480-547), de seus monastérios distribuídos em um primeiro momento a Subiaco, no início do século VI. Também corresponde a São Bento uma sentença que perdura até o dia de hoje no imaginário moral sobre o trabalho: “Otiositas inimica est animae” (a ociosidade é inimiga da alma), tal qual diz uma expressão popular castelhana: “el ocio es la madre de todos los vicios” (o ócio é a mãe de todos os vícios). Tomás de Aquino, alguns séculos depois, continua a reflexão sobre o trabalho e estabelece uma hierarquia de profissões, onde localiza o trabalho agrícola e artesanal acima do comercial. Uma quota de originalidade na história do pensamento sobre o trabalho consistiu em considerá-lo como uma obrigação somente se necessário para subsistir; ou dito de outra maneira: quem não tem necessidade de trabalhar não tem que fazê-lo. Isso sim, à falta de trabalho, devia dedicar-se à oração e contemplação divina, atividades por certo mais elevadas para o autor da Suma Teológica. Logo, considerará que Deus é a causa primária, a que tudo deve a sua existência; por derivação, o homem é causa segunda, procurando atreves do trabalho “criar” em suas dimensões humanas. “Entre todas as formas com que a criatura humana tenta realizar a semelhança divina, não há outra de relevo mais destacado que a de trabalhar, isto é, ser em o mundo causa novos efeitos”, disse o Santo. (19) Aquino, além disso, utilizando categorias platônicas, hierarquiza o trabalho, considerando o intelectual acima do manual. Chama “artes servis” a estes últimos, enquanto que o trabalho intelectual corresponde ao conjunto das “artes liberais”, dignas de maior remuneração ao fazer uso da inteligência. Esta distinção própria da Escolástica, dá lugar à divisão clássica entre as 7 artes liberais: o Trívium (gramática, retórica e dialética) e quadrivium (astronomia, geometria, aritmética e música). Outras contribuições de São Aquino têm a ver com sua posição diante do trabalho agrícola ao qual o considera como o melhor meio para assegurar a subsistência de um povo; a maior importância dada à vida contemplativa sobre a ativa, embora considerando a primeira como “laboriosa”; sua posição sobre a escravidão, que não considerava como natural, no entanto, entendê-la “útil”(20); e sua interpretação sobre o contrato de trabalho: neste, o operário não vende a si mesmo, nem seu corpo, nem sua inteligência, nem sequer sua faculdade de trabalho. Isso significa que o Direito Natural proíbe considerar o trabalho como um objeto de mudança. Propõe, em vez disso, considerar o contrato como um arrendamento de serviço. Em termos gerais, a valorização que sobre o trabalho se realiza na Idade Média, rebaixando ao trabalho manual em relação a outras tarefas, fica explícita na divisão tripartida que recorre, entre outros, Adalberão Bispo de Laon (947-1030): “Triplex Dei ergo domus est quae Creditor uma nunca oran, alii pugnat, Aliique laborant” (ternária é a casa do Senhor e não uma: aqui sobre a terra uns oram, outros lutam e outros trabalham). Não gostaria de deixar passar por alto, finalmente, entre os movimentos originados na Idade Média, a contribuição que sobre o tema do trabalho teve a ordem franciscana. Essa, contra o que muitos podem crer, é uma ordem não mendicante no sentido estrito, mas sim trabalhadora e de pobreza. São Francisco de Assis (1181/82-1226), no final do século XII, marcaria como ninguém dentro do cristianismo, uma vida ascética baseada no trabalho e na pobreza. Inclui, além disso, um elemento pela primeira vez descoberto na cultura europeia: o sentido da alegria que acompanha o trabalho. “Essa condição de 'suor de sua testa' com 'a alegria de seu coração' outorga ao trabalho uma condição diferenciada”. Avançando então na história da humanidade, entramos na época moderna, caracterizada por cinco grandes eventos: -/- 1. A decadência do poder moral da Igreja e o enfraquecimento de seu poder econômico frente ao da crescente burguesia; -/- 2. O renascimento intelectual e artístico; -/- 3. As viagens paras as índias e a descoberta da América; -/- 4. A formação e a constituição dos Estados-nação; -/- 5. As reformas religiosas de Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564). -/- Nesse contexto, os séculos XV e XVI mostraram como o mercantilismo ia avançando apesar dos esforços de alguns pensadores da Igreja que eventualmente perderam o pulso diante do desenrolar dos acontecimentos. Sucessivas encíclicas papais terminaram por legitimar o interesse nos empréstimos e, por meio desta, levou-se a maior acumulação de riquezas por parte dos banqueiros. Esse foi o meio ideal para o desenvolvimento da atividade do mercador, para quem, o trabalho passou a ser considerado um meio para obter sucesso. Ao dinamizar-se a atividade econômica e mercantil, a visão humanista do trabalho começa a perder valor, realçando-se ao mesmo como um simples meio para fins de enriquecimento. Talvez a exceção a essa noção estendida entre os novos atores tenha sido a proporcionada pelo humanismo renascentista. Para Campanella (1568-1639), por exemplo, sua “Cidade solar”, não existe o divórcio entre trabalho manual e intelectual, isso quando o segundo começa a ser supervalorizado por sua ação no plano das invenções e das novas técnicas.(22) Na mesma linha se situa Thomas More (1478-1535), o autor de “Utopia”, outra reação do cristianismo às projeções que estava adquirindo o cada vez mais influente mercantilismo. Embora o trabalho não seja considerado como um mau, pelo contrário, apresenta características humanizadoras, é sugestivo comprovar como em Utopia a jornada do trabalho não supera as seis horas diárias e na Cidade solar não se devia trabalhar mais que quatro horas. Indubitavelmente, essas versões de sociedades ideais terminariam por impactar sobre maneira a constituição das Missões Jesuítas na América do Sul; e as Franciscanas na Baixa Califórnia. É o Renascimento, o lugar propício, além disso, para renovar o conceito da virtuosidade, agora traduzida na figura do empresário ou financista audacioso e empreendedor. Essa linha foi reforçada logo por Calvino, para quem os negócios são um bom serviço a Deus, e a riqueza não é mais que um fruto de uma vida dedicada ao trabalho desde uma perspectiva ética que analisarei com Weber mais tarde, mas que confere ao trabalho a particularidade de ser um caminho para o sucesso. Esse puritanismo impulsionou sobremaneira a versão do “homo economicus” que mais tarde, em pleno auge do capitalismo pós-industrial, ao qual, segundo Daniel Bell (1919-2011), fora substituído pelos valores hedonistas. -/- REFERENCIAL TEÓRICO AGOSTINHO. Cidade de Deus: contra os pagãos. Trad. O. P. Leme. 2ª ed. Bragança Paulista: Editora Universitária, 2008. (Col. Pensamento humano). _____________. O livre-arbítrio. Trad. N. A. Oliveira. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 1995. AQUINO, T. de. Suma Teológica. 2ª ed. 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In this article I describe and defend an account of social freedom grounded in intersubjective recognition. I term this the ‘normative authorisation’ account. It holds that a person enjoys social freedom if she is recognised as a discursive equal able to engage in justificatory dialogue with other social agents about the appropriateness of her reasons for action. I contrast this with Axel Honneth’s theory of social freedom, which I term the ‘self-realisation’ account. According to this view, the affirmative recognition of (...) others is necessary for obtaining a positive relation-to-self and hence freedom. I identify several problems with this account, which challenge the connection Honneth draws between social recognition and freedom. I show how the normative authorisation account avoids these problems and captures some basic features of our everyday, normative interactions. Finally, I suggest that the account fits well with recent work on epistemic injustice. Specifically, it shows that securing the social conditions of freedom requires ensuring epistemically-just social relations. Thus, the normative authorisation account is an explanatorily powerful, inclusive theory of social freedom that fits well with wider accounts of justice and freedom. Thus, it represents the most promising way of understanding social freedom in terms of interpersonal recognition. (shrink)

The many worlds interpretation of quantum mechanics (MWI) states that the world we live in is just one among many parallel worlds. It is widely believed that because of this commitment to parallel worlds, the MWI violates common sense. Some go so far as to reject the MWI on this basis. This is despite its myriad of advantages to physics (e.g. consistency with relativity theory, mathematical simplicity, realism, determinism, etc.). Here, we make the case that common sense in fact favors (...) the MWI. We argue that causal explanations are commonsensical only when they are local causal explanations. We present several quantum mechanical experiments that seem to exhibit nonlocal “action at a distance”. Under the assumption that only one world exists, these experiments seem immune to local causal explanation. However, we show that the MWI, by taking all worlds together, can provide local causal explanations of the experiments. The MWI therefore restores common sense to physical explanation. (shrink)

The primary quantum mechanical equation of motion entails that measurements typically do not have determinate outcomes, but result in superpositions of all possible outcomes. Dynamical collapse theories (e.g. GRW) supplement this equation with a stochastic Gaussian collapse function, intended to collapse the superposition of outcomes into one outcome. But the Gaussian collapses are imperfect in a way that leaves the superpositions intact. This is the tails problem. There are several ways of making this problem more precise. But many authors dismiss (...) the problem without considering the more severe formulations. Here I distinguish four distinct tails problems. The first (bare tails problem) and second (structured tails problem) exist in the literature. I argue that while the first is a pseudo-problem, the second has not been adequately addressed. The third (multiverse tails problem) reformulates the second to account for recently discovered dynamical consequences of collapse. Finally the fourth (tails problem dilemma) shows that solving the third by replacing the Gaussian with a non-Gaussian collapse function introduces new conflict with relativity theory. (shrink)

Does consciousness collapse the quantum wave function? This idea was taken seriously by John von Neumann and Eugene Wigner but is now widely dismissed. We develop the idea by combining a mathematical theory of consciousness (integrated information theory) with an account of quantum collapse dynamics (continuous spontaneous localization). Simple versions of the theory are falsified by the quantum Zeno effect, but more complex versions remain compatible with empirical evidence. In principle, versions of the theory can be tested by experiments with (...) quantum computers. The upshot is not that consciousness-collapse interpretations are clearly correct, but that there is a research program here worth exploring. (shrink)

Sterilisation requests made by young, childfree adults are frequently denied by doctors, despite sterilisation being legally available to individuals over the age of 18. A commonly given reason for denied requests is that the patient will later regret their decision. In this paper I examine whether the possibility of future regret is a good reason for denying a sterilisation request. I argue that it is not and hence that decision-competent adults who have no desire to have children should have their (...) requests approved. It is a condition of being recognised as autonomous that a person ought to be permitted to make decisions that they might later regret, provided that their decision is justified at the time that it is made. There is also evidence to suggest that sterilisation requests made by men are more likely to be approved than requests made by women, even when age and number of children are factored in. This may indicate that attitudes toward sterilisation are influenced by gender discourses that define women in terms of reproduction and mothering. If this is the case, then it is unjustified and should be addressed. There is no good reason to judge people’s sterilisation requests differently in virtue of their gender. (shrink)

In [1] it is claimed that, based on radiation emission measurements described in [2], a certain “variant” of the Orch OR theory has been refuted. I agree with this claim. However, the significance of this result for Orch OR per se is unclear. After all, the refuted “variant” was never advocated by anyone, and it contradicts the views of Hameroff and Penrose (hereafter: HP) who invented Orch OR [3]. My aim is to get clear on this situation. I argue that (...) it is indeed reasonable to speak of “variants” here. Orch OR is not a complete model of reality but a work in progress. At its core, it claims that wavefunction collapse is a real physical event that has something to do with gravity (“OR”) and that consciousness depends on orchestrated collapses in microtubules (“Orch”). There are many ways one could make these base ideas precise hence many “variants”. Furthermore, the ways that HP aim to make these ideas precise are radical and incomplete. If they don’t work out, Orch OR will need to fall back on another variant. Thus, I believe the significance of [1-2] for Orch OR is that it cuts out a small class of possible variants and leaves behind questions and challenges for the rest, including the variant preferred by HP. (shrink)

How should one decide whether to undergo an experience that changes who one is? In her discussion of ‘transformative experiences’, L.A. Paul argues that to choose rationally when deliberating first-personally, one should base one’s decision on ‘revelation’, i.e. to discover out what the experience will be like. If this solution is taken as the sole means by which a transformative choice is made, then I argue it is problematic. This is because (i) it overlooks the role that one’s practical identity (...) ought to play when making a major life decision; and (ii) it ignores morally relevant reasons for action. Even if we retain the revelation approach as only part of the means through which a transformative choice is made, I argue that revelation should frequently carry little weight in our decision-making. Rather than focusing on the subjective quality of future experiences, it is often preferable to reflect on who one is and what one’s endorsed practical identity commits one to. (shrink)

In this paper, I develop and defend the ‘Justified Decision Perspective’ in answer to the question of when we should regret the things we have done. I claim that one should not regret a past decision one has made so long as it was justified in relation to the kind of person one was at the time of acting. On this time-indexing account, judging a decision to be justified – at least for the purposes of assessing one’s regrets – is (...) a matter of identifying the practical reasons that were epistemically available to the agent when she was deliberating about what to do. Accordingly, when responding to her regrets, an agent should not invoke reasons that existed but were epistemically unavailable to her when she was deliberating; or reasons that only came into existence after she acted. The JDP has important implications for prospective regret. In particular, it implies we should worry less about experiencing regret in the future than many of us do. Thus, my overall aim is to show that we often have reason to reject our regrets, which means that regret should play a less prominent and painful role in our lives than it does currently. (shrink)

This paper examines how specific concepts of the self shape discussions about the ethics of changing sex. Specifically, it argues that much of the debate surrounding sex change has assumed a model of the self as authentic and/or atomistic, as demonstrated by both contemporary medical discourses and the recent work of Rubin (2003). This leads to a problematic account of important ethical issues that arise from the desire and decision to change sex. It is suggested that by shifting to a (...) properly intersubjective and performative model of the self, we can better understand (1) the diagnosis of transsexuality; and (2) issues of success, failure and regret with regard to changing sex. The paper also reveals the important implications this shift has for how the relationship between medical practitioners and transindividuals is understood. The paper concludes by showing how the model of the self as authentic can individualise identity and thus downplay or overlook the tight intertwinement between self and other. A properly intersubjective, performative concept of the gendered self places other people at the centre of both an individual’s attempt at self-transformation and the ethical issues that arise during this process. (shrink)

This paper explores the ambivalent effects of recognition through a critical examination of Axel Honneth’s theory of recognition. I argue that his underlying perfectionist account and his focus on the psychic effects of recognition lead him to overlook important connections between recognition and power. These claims are substantiated through Butler’s theory of gender performativity and recognition; and issues connected to the socio-institutional recognition of transgender identities. I conclude by suggesting that certain problems with Butler’s own position can corrected by drawing (...) more from the Foucauldian aspects of her work. I argue that this is the most promising way to conceptualise recognition and its complex, ambivalent effects. (shrink)

This paper examines recent forms of post-identity thought within contemporary gender theory, specifically the works of Rosi Braidotti, Elizabeth Grosz and Bobby Noble. Despite the many insights that these theories offer, I argue that they suffer from what Lois McNay has labelled ‘social weightlessness’ insofar as their models of subjectivity and agency are disconnected from the everyday realities of social subjects. I identify two ways in which this social weightlessness is manifested in radical gender theories that endorse a post-identity politics: (...) (i) they overlook the social and political importance to many individuals of establishing stable, coherent identities; (ii) they are unable to offer a satisfactory account of agency. I suggest that these issues arise, at least in part, from the anti-recognition stance adopted by such radical gender theorists. I argue that by incorporating a properly nuanced model of recognition back into their theories they can imbue their accounts with a properly grounded model of the subject that is responsive to the inequalities and oppressions that infuse the particular concrete contexts in which we experience and live out our identities. (shrink)

This article examines Sheila Jeffreys’ analysis of the UK’s Gender Recognition Act (GRA) and her critique of trans identities. Situating her position within a wider radical feminist perspective, I suggest that her arguments against the GRA are grounded in a problematic understanding of sex and gender. In so doing, I defend how sex and gender are understood in the GRA. Furthermore, I show that radical feminist concerns about sex reassignment surgery and the complicity of trans individuals with stereotypical gender norms (...) are unwarranted. By highlighting the importance of attending to the embodied dimensions of sex and gender, I offer a partial defence of the UK’s GRA. In particular, I note the benefits that it can offer to trans individuals, although I suggest ways in which the GRA can be improved. Finally, I challenge radical feminists who see trans theory and identities as inimical to the goals of feminism. (shrink)

Examining the historical development of scientific concepts is important for understanding the structured routines within which these concepts are currently used as goal-directed tools in experiments. To illustrate this claim, I will outline how the concepts of mental imagery and hallucinations each draw on an older interdependent set of associations that, although nominally-discarded, continues to structure their current independent uses for pursuing discrete experimental goals. In doing so, I will highlight how three strands of literature offer mutually instructive insights for (...) understanding how the uses of our current scientific concepts contribute to experimental practices. The first strand of literature includes recent scholarship examining how the uses of scientific concepts can enable scientific practices (e.g., Boon 2012; Brigandt 2012; Feest 2010; Steinle 2012). In this context, scientific concepts have been described as tools that function in ways that contribute to empirical knowledge; contributions that extend beyond their traditionally recognized roles in mental and linguistic representation. The second strand of literature can be glimpsed within the technoscientific studies focus on non-human agency; a focus that supports an account of the disciplined routines within which concepts are used as acting in analogous ways to the routinized participation of machines in experiments (Pickering 1995). The third strand of the literature draws attention to how the functions of concepts are grounded by the set of historically-contingent experimental practices (e.g., Canguilhem 2008; Tiles 1984). Although maintaining valuable differences, the focus of these three strands of literature are mutually instructive. Together, they offer a view of the uses of concepts as taken-for-granted tools that function within networks of subterranean associations; associations that are grounded by historically contingent experimental practices that structure how they act (in concert with human and material participants) within the temporally dynamic processes of scientific practice. Through examples drawn from a comparison of the concepts of mental imagery and hallucinations, I aim to demonstrate the value that the converging insights of these three strands of literature offer for studying the role of scientific concepts in experimental practices. (shrink)

This paper establishes what constitutes a sexual interaction between two or more people. It does this by first defining a sexual activity as one in which the agent intends to satisfy a sexual desire. To understand what it means to engage in a sexual activity with another person, it draws from Bratman’s account of shared collaborative activity. A sexual interaction is defined as one in which two or more people engage in a sexual activity together, with the intention of satisfying (...) a sexual desire in a mutually responsive and mutually supportive way. The paper then uses this account to consider what things constitute sexual infidelity. The answer is a broad one: many things can count as sexual interactions and hence can be considered to be sexual infidelity. Contrary to what a lot of people think, this can include the private use of pornography. (shrink)

A familiar interpretation of quantum mechanics (one of a number of views sometimes labeled the "Copenhagen interpretation'"), takes its empirical apparatus at face value, holding that the quantum wave function evolves by the Schrödinger equation except on certain occasions of measurement, when it collapses into a new state according to the Born rule. This interpretation is widely rejected, primarily because it faces the measurement problem: "measurement" is too imprecise for use in a fundamental physical theory. We argue that this is (...) a weak objection, as there may be many ways of making "measurement" precise. However, measurement-collapse interpretations face a more serious objection: a dilemma tied to the quantum Zeno effect. Is measurement itself an observable that can enter superpositions? If yes, then the standard measurement-collapse dynamics is ill-defined. If no, then (at least if measurement is an observable), measurements can never start or finish. The best way out is to deny that measurement is an observable, but this leads to strong and revisionary consequences. This reinforces the view that there is no nonrevisionary interpretation of quantum mechanics. (shrink)

Under what conditions are material objects, such as particles, parts of a whole object? This is the composition question and is a longstanding open question in philosophy. Existing attempts to specify a non-trivial restriction on composition tend to be vague and face serious counterexamples. Consequently, two extreme answers have become mainstream: composition (the forming of a whole by its parts) happens under no or all conditions. In this paper, we provide a self-contained introduction to the integrated information theory of consciousness (...) (IIT). We show that IIT specifies a non-trivial restriction on composition: composition happens when integrated information is maximized. We compare the IIT-restriction to existing proposals and argue that the IIT-restriction has significant advantages, especially in response to the problems of vagueness and counterexamples. An appendix provides an introduction to calculating parts and wholes with a simple system. (shrink)

The desire-satisfaction theory of welfare says that what is basically good for a subject is the satisfaction of his desires. One challenge to this view is the existence of quirky desires, such as a desire to count blades of grass. It is hard to see why anyone would desire such things, and thus hard to believe that the satisfaction of such desires could be basically good for anyone. This suggests that only some desires are basically good when satisfied, and that (...) desire satisfactionists owe us an account of which desires these are, and why. In "Quirky Desires and Well-Being," Donald Bruckner proposes such an account: a desire is welfare-relevant (i.e., such that its satisfaction would be basically good for its subject) if and only if and because its subject could describe its object in a way that makes it comprehensible what about the object attracts him or appeals to him. We are inclined to view quirky desires as welfare-irrelevant because we assume that their objects cannot be described in such a way. But if there were a quirky desire whose object could be so described by the subject whose desire it is, then this desire would be relevant to that subject's welfare. I will argue that while Bruckner's view delivers plausible verdicts about the cases to which it is meant to apply, its account of what makes a desire welfare-relevant is unmotivated and implausible. Desire satisfactionists can retain what is plausible about his view while endorsing a better explanation of why welfare-relevant desires have that status if they accept the following account instead: a desire is welfare-relevant if and only if and because something about its object attracts, or appeals to, the subject who has the desire. (shrink)

The scientific concepts of mental imagery and hallucinations are each used independently of the other in experiments; uses that simultaneously evoke and obscure their historical connections. To highlight one of these connections, I will begin by sketching episodes from the largely separate developmental trajectories of each concept. Considering these historical sketches side-by-side, I will argue that the independent uses of these concepts each inherited a shared set of interdependent associations. In doing so, I seek to illustrate the value of examining (...) historical connections between mental imagery and hallucinations for studying the current uses of these two concepts in neuroimaging experiments. (shrink)

Examining tensions between the past and present uses of scientific concepts can help clarify their contributions as tools in experimental practices. This point can be illustrated by considering the concepts of mental imagery and hallucinations: despite debates over their respective referential reliabilities remaining unresolved within their interdependent histories, both are used as independently stable concepts in neuroimaging experiments. Building on an account of how these concepts function as tools structured for pursuit of diverging goals in experiments, this paper explores this (...) tension by re-examining the continued reliance of each concept on inverse characterisations inherited from the nominally-discarded ‘mediator-view’ of sensory-like mental phenomena (SLMP). In doing so, I seek to demonstrate how examining unresolved tensions can help highlight that entrenched associations can remain both integral to, and obscured by, the uses of concepts as goal-directed tools within experimental practices. (shrink)

Sensations can occur in the absence of perception and yet be experienced ‘as if’ seen, heard, tasted, or otherwise perceived. Two concepts used to investigate types of these sensory-like mental phenomena (SLMP) are mental imagery and hallucinations. Mental imagery is used as a concept for investigating those SLMP that merely resemble perception in some way. Meanwhile, the concept of hallucinations is used to investigate those SLMP that are, in some sense, compellingly like perception. This may be a difference of degree. (...) Attempts to reliably differentiate between instances of each type of SLMP remain unresolved. Despite this, the concepts of mental imagery and hallucinations are each routinely used independently of the other. These uses are especially interesting in those published accounts of experiments where equivalent findings about the neuroanatomical correlates of SLMP are reported in support of diverging knowledge-claims about the role of SLMP in neurocognitive processes. This practice presents a puzzle. To examine one aspect of this puzzle, I compare the uses of these two scientific concepts in three ways: examining their roles in differentiating between types of SLMP; exploring how their respective historical developments intersect; and analysing their contributions in neuroimaging experiments. In presenting this series of comparative analyses, I will draw on three themes from historical, philosophical, and social studies of scientific practices: interest in material contributions to knowledge; accounts of how concepts are used in experiments; and explorations of the historical conditions within which current practices emerge. Building on this literature, my comparative analyses supports five related claims. My first claim is that the concepts of mental imagery and hallucinations are each used as independent tools in neuroimaging experiments. My second claim is that, as experimental tools, the concepts of mental imagery and hallucinations are each used for investigating discrete epistemic goals. My third claim is that there are implicit interdependent associations that structure the uses of these two concepts as tools for independently investigating these discrete epistemic goals in neuroimaging experiments. This third claim rests on my analyses of both past and present uses of each concept. Firstly, as seen in their intersecting histories, there are disciplined performances of using the concepts of mental imagery and hallucinations that carry-along shared associations about the mediating role of SLMP in thought. Secondly, these interdependent ‘mediator-view’ associations continue to structure the independent uses of each concept as a tool for investigating SLMP in pursuit of specific goals. Taking this further, my fourth claim is that recognising the structured uses of the concepts of mental imagery and hallucinations can help to account for how equivalent SLMP-neuro-correlates are generated in support of diverging knowledge-claims. Finally, my fifth claim is that the structured uses of these concepts as tools can contribute to experiments in ways analogous to, yet not equivalent with, the active contributions of material instruments. Bringing these claims together, I argue that the concepts of mental imagery and hallucinations operate as structured tools that can actively contribute to the knowledge generated by neuroimaging experiments. In presenting this argument I seek to demonstrate that examining the structured uses of concepts as tools can complement existing approaches to studying how the heterogeneous dynamics of experimental practices can come to contribute to scientific knowledge in unintended ways. (shrink)

The purpose of this book is to explain Quantum Bayesianism (‘QBism’) to “people without easy access to mathematical formulas and equations” (4-5). Qbism is an interpretation of quantum mechanics that “doesn’t meddle with the technical aspects of the theory [but instead] reinterprets the fundamental terms of the theory and gives them new meaning” (3). The most important motivation for QBism, enthusiastically stated on the book’s cover, is that QBism provides “a way past quantum theory’s paradoxes and puzzles” such that much (...) of the weirdness associated with quantum theory “dissolves under the lens of QBism”. (shrink)

The paper examines Cosmatos's work to date: the two feature films 'Beyond the Black Rainbow'(2010), and 'Mandy' (2018), and the episode ‘The Viewing’ (2022) from the Netflix series 'Guillermo del Toro's Cabinet of Curiosities'. I argue that Cosmatos's films act as a vernacular critique of popular culture iterations of Nietzsche's Übermensch, and as such addresses the political and psychological anxieties of a mass North American audience. I further argue that Cosmatos is a profoundly psychoanalytical film maker, staging as horror, the (...) subject who has weakened their ego in the name of transcendence, only to find the forces of super-ego and Id causing violent psychotic breakdown. The article takes an interdisciplinary approach to Cosmatos's contextualization (alongside more obvious peers) looking at the work of British artist Dexter Dalwood to help understand the political and philosophical aspects of Cosmatos's output. (shrink)

Perceptual filling-in for vision is the insertion of visual properties (e.g., color, contour, luminance, or motion) into one’s visual field, when those properties have no corresponding retinal input. This paper introduces and provides preliminary empirical support for filled/non-filled pairs, pairs of images that appear identical, yet differ by amount of filling-in. It is argued that such image pairs are important to the experimental testing of theories of consciousness. We review recent experimental research and conclude that filling-in involves brain activity with (...) relatively high integrated information (Phi) compared to veridical visual perceptions. We then present filled/non-filled pairs as an empirical challenge to the integrated information theory of consciousness, which predicts that phenomenologically identical experiences depend on brain processes with identical Phi. (shrink)

Hartry Field has argued that mathematical realism is epistemologically problematic, because the realist is unable to explain the supposed reliability of our mathematical beliefs. In some of his discussions of this point, Field backs up his argument by saying that our purely mathematical beliefs do not ‘counterfactually depend on the facts’. I argue that counterfactual dependence is irrelevant in this context; it does nothing to bolster Field's argument.

The replicability of a research claim is often positioned as an important step in establishing the credibility of scientific research. This expectation persists despite ongoing disagreements over how to characterise replication practices in various contexts. Rather than attempt to explain or resolve these disagreements, we propose that there is value in exploring the variable uses of the replicability concept. To this end, we treat the replicability concept as a goal-directed tool for studying scientific practices. This approach extends scholarship on the (...) goal-directed uses of concepts within investigative practices to explore the value of reflexively interrogating those concepts used to study the sciences as practiced. In doing so, we highlight the importance of considering how and when a given concept is an appropriate tool for a given goal when studying scientific practices. For instance, in the case of the replicability concept, our examination suggests that there is value in clarifying how a given characterisation of replicability is appropriate to a given context-specific analytic and/or evaluative goal. In addition, we hope to draw attention to how Metaresearch and HPS contexts provide complementary insights for those seeking to understand when and how replication practices can help in assessing a given research claim. (shrink)

In this thesis, I explore themes and concerns that have arisen in my art practice, namely the relationship between landscape, monstrosity, and subjectivity. The tropes scar and form refer to features analogous in the subject and in the land which take on different specific meanings throughout the project, but in general terms, I relate them to trauma as a defining force. I suggest that monsters can be understood as embodying attitudes to time (a cause of trauma): those being fixity, which (...) is resistant to temporality; and flux, which embraces temporality. Consequently, I define these categories and their opposition, presenting arguments for both monsters of fixity and flux monsters. I examine the construction of false universals of ‘England’ (categories of fixity) in representations of landscape and how they come to dominate the picturing of Britain more generally, alongside a mode I refer to as dynamic-fatalism, which examines the polemics and aesthetics of Wyndham Lewis (1882-1957). In this regard, I look at Lewis’s monstrous Tyro and its role in eliciting dehumanisation as a defining value in conceptions of a stratified society. Emphasis on creative practices and representations related to England serve to dissolve ‘proto-fascistic’ fantasies of a heroic, mono-cultural, and pure base for nation, dependent on categories of fixity. I suggest these values are instead understood as patrician, sexist, class-based, and racially biased. Given that landscape constructions are constitutive of our engagement with landscape, I conclude with a proposal for better ‘analogues’ of nature in the form of virescent space (a category of flux). I argue that virescent space is a phenomenon that sees the monster take on a specific role concerning the subject, one I define in relation to a wilderness destination in the poem Sir Gawain and the Green Knight (c.1370). (shrink)

Ausgangspunkt ist die Frage, was Masse ist, wodurch sie insbesondere befähigt ist, Dauer zu konstituieren und deshalb - im Sinn des kinematischen Relativitätsprinzips - ebenso als bewegt wie als ruhend betrachtet werden kann. In einem Gedankenexperiment wird diese Frage, in Umkehrung der Perspektive, hier nicht von der Masse selbst, sondern von einer stehenden Lichtwelle her angegangen. In diesem Modell lassen sich masse-analoge Strukturen rekonstruieren, die in relativer Bewegung sein können. Die (empirisch bekannte) Unabhängigkeit der Lichtgeschwindigkeit vom Bezugssystem ist dabei nicht (...) vorausgesetzt. Doch kann gezeigt werden, dass die Lichtgeschwindigkeit Grenzgeschwindigkeit solcher relativer Bewegungen ist, dass dies für alle durch masse-analoge Strukturen konstituierte, relativ zueinander gleichförmig bewegten Bezugssysteme gilt und dass die Lichtgeschwindigkeit selbst in allen diesen Systemen gleich ist. Die Absolutheit der Lichtgeschwindigkeit und die Relativität der Massebewegungen erweisen sich so als zwar differente, aber intrinsisch zusammengehörende Momente des kinematischen Relativitätsprinzips: ein Beitrag zu einer Philosophie der Relativitätstheorie. - Die mathematischen Zusammenhänge werden im Anhang ausführlicher dargelegt. (shrink)

With the surge of the COVID-19 pandemic, online sellers faced challenges in managing their online business daily. Aside from it, their work-life balance has been negatively affected as well, considering that they work from home and are responsible for household responsibilities. Thus, this study is conducted during the pandemic and gathered data using a semi-structured interview through Messenger call. It is conducted to explore the lived experiences of online sellers and how they managed their online business and personal life. It (...) also determines the specific challenges they’ve encountered and how they coped with them. Lastly, this study aims to map out how these experiences will benefit online sellers and consumers and explain that online selling can be both sustainable and convenient in terms of earning a good living and meeting their daily needs. Moreover, three major conclusions emerged from this study’s findings: (1) online sellers faced psychological and physical difficulties in managing their online business during the pandemic, (2) online sellers discovered ways on how to cope with the struggles they are facing, and (3) online sellers reflected on their experience to be more effective in the online selling industry. (shrink)

Some cognitive processes appear to have “phenomenal” properties that are directly revealed to the subject and not determined by physical properties. I suggest that the source of this appearance is the method by which our brain processes sensory information. The appearance is an illusion. Nonetheless, we are not mistaken when we judge that people sometimes fee lpain.

This essay defends a reading of Hegel as a metametaphysical antirealist. Metametaphysical antirealism is a denial that metaphysics has as its subject matter answers to theoretical questions about the mind-independent world. Hence, on this view, metaphysical questions are not, in principle, knowledge transcendent. I hold that Hegel presents a version of metametaphysical antirealism in the Science of Logic because he pursues his project by suspending reference to all supposed objects of metaphysical theory as practiced before him. Hegel introduces reference in (...) his theory only by the self-reference of thought to itself in the Doctrine of the Concept. I motivate the relevance of Hegel’s approach to metaphysics by comparing it to Kit Fine’s (2017) concept of “naïve metaphysics.” I argue that Hegel’s theory results from a comprehensively naïve metaphysics. (shrink)

Things and Their Place in Theories Our talk of external things, our very notion of things, is just a conceptual apparatus that helps us to foresee and ...

It is commonly assumed that the expression “an sich selbst” (“in itself”) in Kant combines with terms to form complex nouns such as “thing in itself” and “end in itself.” I argue that the basic use of “an sich selbst” in Kant’s German is as a sentence adverb, which has the role of modifying subject-predicate combinations, rather than either subject or predicate on their own. Expressions of the form “S is P an sich selbst” mean roughly that S is P (...) ‘in its own right’ or without some further ‘condition’. Accordingly, “an sich selbst” should not be treated as forming complex nouns. This analysis has significant consequences for the interpretation of “thing in itself” in particular, for it implies that the latter is not a complete nominal expression. Instead, one must treat ‘an sich selbst’ as expressing how some S is a ‘thing’, looking to the wider sentential context. I conclude with a brief account of the new significance granted to the concept of a ‘thing’ (Ding) according to the present interpretation. (shrink)

As automating technologies are increasingly integrated into workplaces, one concern is that many of the human workers who remain will be relegated to more dull and less positively impactful work. This paper considers two rival theories of meaningful work that might be used to evaluate particular implementations of automation. The first is achievementism, which says that work that culminates in achievements to workers’ credit is especially meaningful; the other is the practice view, which says that work that takes the form (...) of an open-ended practice is especially meaningful. Of the two, the practice view is the better tool for assessing the future of meaningful work, because achievementism is explanatorily inadequate in two ways. Moreover, the practice view can explain why the most meaningful forms of work cannot be automated. A procedure can only be automated as long as the steps are defined, whereas, in such work, which steps to take is indefinitely open to redefinition. This reveals the real threat to meaningful work to be a political-economic one. The relevant ethical questions there have to do with how much creative control workers retain in crafting their own jobs, when those jobs involve meaningful work in collaboration with machines; and how to liberate workers from jobs that do not involve meaningful work, which should be left to machines anyway. (shrink)

This book is a translation of W.V. Quine's Kant Lectures, given as a series at Stanford University in 1980. It provide a short and useful summary of Quine's philosophy. There are four lectures altogether: I. Prolegomena: Mind and its Place in Nature; II. Endolegomena: From Ostension to Quantification; III. Endolegomena loipa: The forked animal; and IV. Epilegomena: What's It all About? The Kant Lectures have been published to date only in Italian and German translation. The present book is filled out (...) with the translator's critical Introduction, "The esoteric Quine?" a bibliography based on Quine's sources, and an Index for the volume. (shrink)

I argue that considerations pertaining to constitutive luck undermine historicism—the view that an agent’s history can determine whether or not she is morally responsible. The main way that historicists have motivated their view is by appealing to certain cases of manipulation. I argue, however, that since agents can be morally responsible for performing some actions from characters with respect to which they are entirely constitutively lucky, and since there is no relevant difference between these agents and agents who have been (...) manipulated into acting from a character bestowed upon them by their manipulators, we should give up historicism. After presenting this argument and defending it against some potential objections, I briefly criticize the standard structuralist alternative and propose a new structuralist position that is shaped by reflection on constitutive luck. (shrink)

In this paper, I contest increasingly common "realist" interpretations of Hegel's theory of "the concept" (der Begriff), offering instead a "isomorphic" conception of the relation of concepts and the world. The isomorphism recommended, however, is metaphysically deflationary, for I show how Hegel's conception of conceptual form creates a conceptually internal standard for the adequacy of concepts. No "sideways-on" theory of the concept-world relationship is envisioned. This standard of conceptual adequacy is also "graduated" in that it allows for a lack of (...) fit between concept and world. The possibility for a "maximally isomorphic" fit between concept and world obtains through the teleological realization of concepts, which marks especially the "artificial" world of human culture (law, art, religion, etc.). Some of the most seemingly exaggerated claims Hegel makes about the concept, I contend, can be understood when we consider the significance Hegel ascribes to human making, which is provided for in his conceptual theory. But my framework provides an interpretive key for the way Hegel sees concepts imperfectly realized in the natural world as well. (shrink)

In the Transcendental Aesthetic (TA), Kant is typically held to make negative assertations about “things in themselves,” namely that they are not spatial or temporal. These negative assertions stand behind the “neglected alternative” problem for Kant’s transcendental idealism. According to this problem, Kant may be entitled to assert that spatio-temporality is a subjective element of our cognition, but he cannot rule out that it may also be a feature of the objective world. In this paper, I show in a new (...) way how Kant’s view (focusing on his conclusions about space) is not subject to this objection, by showing that he does not make the denial about mind-independent reality that he is typically held to make. The argument develops consequences of a new reading of Kant’s expression “an sich selbst” (‘in itself’; ‘in themselves’). I argue that “an sich selbst” or “per se” has a special, judgment-level role, so that this expression does not form new noun-terms adjectivally. It follows that the conceptual unit of Kant’s “Conclusions” in the TA is simply “things” (Dinge), since “things in themselves” is not a nominal expression; Kant adopts the Wolffian ontological use of “thing” as the basic kind-term for any existent. The arguments that things per se are not in space are arguments that space cannot be a necessary property or relations of things as a kind. I show that this does not involve the positive claim about mind-independent reality that inspires the neglected alternative objection. (shrink)

Stephen Yablo’s notion of proportionality, despite controversies surrounding it, has played a significant role in philosophical discussions of mental causation and of high-level causation more generally. In particular, it is invoked in James Woodward’s interventionist account of high-level causation and explanation, and is implicit in a novel approach to constructing variables for causal modeling in the machine learning literature, known as causal feature learning (CFL). In this article, we articulate an account of proportionality inspired by both Yablo’s account of proportionality (...) and the CFL account of variable construction. The resulting account has at least three merits. First, it illuminates an important feature of the notion of proportionality, when it is adapted to a probabilistic and interventionist framework. The feature is that at the center of the notion of proportionality lies the concept of “determinate intervention effects.” Second, it makes manifest a virtue of (common types of) high-level causal/explanatory statements over low-level ones, when relevant intervention effects are determinate. Third, it overcomes a limitation of the CFL framework and thereby also addresses a challenge to interventionist accounts of high-level causation. (shrink)

Nudging works through dispositions to decide with specific heuristics, and has three component parts. A nudge is a feature of an environment that enables such a disposition; a person is nudged when such a disposition is triggered; and a person performs a nudged action when such a disposition manifests in action. This analysis clarifies an autonomy-based worry about nudging as used in public policy or for private profit: that a person’s ability to reason well is undermined when she is nudged. (...) Reasoning well is a component of self-guidance, which is an aspect of autonomy and so something there is reason to promote, preserve, or respect. However, a person can reason well when she is nudged: Many of these heuristics are good rules to reason with, and she can be flexible with respect to them when she takes there to be a better way to reason. Along the way, this paper uncovers several design specifications for responsible nudging, and discusses open empirical questions. However, nudging’s being compatible with reasoning well crystallizes a distinct worry about manipulation: that nudge designers can rely on nudged people guiding themselves toward the designers’ own ends. Manipulation of this sort exploits one aspect of autonomy (namely, self-guidance) to undermine autonomy in other respects. (shrink)

In this essay I suggest that we view design principles in systems biology as minimal models, for a design principle usually exhibits universal behaviors that are common to a whole range of heterogeneous (living and nonliving) systems with different underlying mechanisms. A well-known design principle in systems biology, integral feedback control, is discussed, showing that it satisfies all the conditions for a model to be a minimal model. This approach has significant philosophical implications: it not only accounts for how design (...) principles explain, but also helps clarify one dispute over design principles, e.g., whether design principles provide mechanistic explanations or a distinct kind of explanations called design explanations. (shrink)

Tractatus Politico-Philosophicus (Political-Philosophical Treatise) of W. Julian Korab-Karpowicz proposes a new idea-system. Ideas concerning different topics related to politics are introduced. The work aims to establish the principles of good governance and of a happy society, and to open up new directions for the future development of humankind. It is also in part a critique of the epistemology of early Wittgenstein as presented in his Tractatus Logico-Philosophicus. It argues that one can speak about politics and ethics with sense, and that (...) political philosophy is still a viable enterprise for us. This explanation is provided in response to the review of Tractatus Politico-Philosophicus by Katarzyna Heremska and a critical note of Pawel Kloczowski that were both published in Argument 6(1), 2016. (shrink)

Nanotechnology, as with many technologies before it, places a strain on existing legislation and poses a challenge to all administrative agencies tasked with regulating technology-based products. It is easy to see how statutory schemes become outdated, as our ability to understand and affect the world progresses. In this article, we address the regulatory problems that nanotechnology posses for the Food and Drug Administration’s (FDA) classification structure for ‘‘drugs’’ and ‘‘devices.’’ The last major modification to these terms was in 1976, with (...) the enactment of the Medical Device Amendments. There are serious practical differences for a classification as a drug or device in terms of time to market and research. Drugs are classified, primarily, as acting by ‘‘chemical action.’’ We lay out some legal, philosophic, and scientific tools that serve to provide a useful, as well as legally and scientifically faithful, distinction between drugs and devices for the purpose of regulatory classification. These issues we raise are worth the consideration of anyone who is interested in the regulation of nano-products or other novel technologies. (shrink)

This study investigates all available literature related to critical thinking in business education in a survey of publications in the field produced from 1990-2019. It conducts a thematic analysis of 787 articles found in Web of Science and Google Scholar, including a specific focus on 55 highly-cited articles. The aim is to investigate the importance of critical thinking in business education, how it is conceptualised in business education research, the business contexts in which critical thinking is situated, and the key (...) and more marginal themes related to critical thinking outlined in the business and business education literature. The paper outlines six key areas and topics associated with those areas. It suggests future directions for further scholarly work in the area of critical thinking in business education. (shrink)

European Journal of Philosophy, Volume 29, Issue 4, Page 1026-1038, December 2021.

ArgumentIn the United States, scientific knowledge is brought before the courts by way of testimony – the testimony of scientific experts. We argue that this expertise is best understoodfirstas related to the quality of the underlying scienceand thenin terms of who delivers it. Bloodstain pattern analysis (BPA), a contemporary forensic science, serves as the vaulting point for our exploration of objectivity as a metric for the quality of a science in judicial contexts. We argue that BPA fails to meet the (...) minimal standard set by Helen Longino’s social-procedural account of objectivity (1990, 2002). In light of some pressing issues for social-procedural accounts, we offer an infrastructural account of objectivity. This account offers what amounts to a friendly amendment to Longino’s account and adds to the ways in which we might analyze social-procedural objectivity. Finally, we address an issue that is pressing in the legal context: given that scientific knowledge is delivered by individuals, not communities, at least in U.S. courts, we (may) need a way to evaluate individual scientific and epistemic agents. We suggest a means for making this evaluation that is derived from our infrastructural account of objectivity. (shrink)

ABSTRACTThe close connection often cited between Hegel and Wilfrid Sellars is not only said to lie in their common negative challenges to the ‘framework of givenness,’ but also in the positive less...

In the world of philosophy of science, the dominant theory of confirmation is Bayesian. In the wider philosophical world, the idea of inference to the best explanation exerts a considerable influence. Here we place the two worlds in collision, using Bayesian confirmation theory to argue that explanatoriness is evidentially irrelevant.